Quatro exposições marcam a reabertura dos espaços culturais da Fundação Clóvis Salgado

Prêmio Marcantônio Vilaça, Ópera em Cartaz e Novembre Numérique serão inauguradas na próxima semana; Retratistas do Morro reabre por uma semana.

A Fundação Clóvis Salgado retoma gradualmente as suas atividades presenciais e anuncia a abertura, a partir do dia 3 de novembro de 2020, de três exposições inéditas no Palácio das Artes: Prêmio Marcantonio Vilaça, que ocupa a Grande Galeria Alberto da Veja Guignard, Ópera em Cartaz, que ocupa a PQNA Galeria Pedro Moraleida, e Novembre Numérique, instalação de realidade aumentada na fachada e no Café do Palácio. A exposição Retratistas do Morro, que ocupa a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, será reaberta ao público a partir da mesma data. A entrada dos visitantes seguirá as diretrizes do protocolo Minas Consciente de enfrentamento à disseminação da Covid-19, com horário reduzido, distanciamento social, higienização e demais medidas sanitárias. Estes eventos possuem correalização da Appa – Arte e Cultura.

Sobre as exposições:

7º Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça

A exposição faz parta da 7ª edição da maior premiação das artes visuais do Brasil, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Os cinco artistas que trazem os trabalhos para a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes, são Aline Motta (RJ), Dalton Paula (DF), Dora Longo Bahia (SP), Ismael Monticelli (RS) e Rodrigo Bueno (SP). Eles foram selecionados – entre mais de 600 inscritos de todo o país – por um júri composto pelos críticos e curadores como Cristiana Tejo, Daniela Bousso, Denise Mattar, Fabio Szwarcwald, Marília Panitz e Paulo Herkenhoff; Marcus Lontra, curador do Prêmio, também integrou o painel.

A iniciativa marca a continuidade do principal legado do Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça ao longo desses 15 anos: difundir a diversidade artística e valorizar a formação cultural e identitária da sociedade brasileira. Além dos trabalhos dos artistas contemplados com o Prêmio, a exposição conta com 20 obras de Anna Bella Geiger, grande expoente da primeira geração de artistas conceituais latino-americanos e uma das artistas mais importantes do Brasil no século 20.

Ópera em cartaz

A Fundação Clóvis Salgado dá continuidade à Temporada de Ópera on-line com o lançamento da exposição Ópera em Cartaz, primeiro evento da programação que contará com mostra on-line (site da FCS) e também exposição presencial, que marca a reabertura da PQNA Galeria Pedro Moraleida, no Palácio das Artes.

Refletindo sobre a versatilidade e a riqueza de todas as expressões artísticas reunidas na produção operística, com um olhar especial e atento às artes gráficas, a exposição Ópera em Cartaz reúne 14 cartazes emblemáticos produzidos pela FCS desde a década de 1970. A mostra possui curadoria da Gerente de Artes Visuais da FCS, Uiara Azevedo, em parceria com Renata Fonseca, também da equipe da Gerência.

A versão digital e a versão presencial da mostra partem do mesmo princípio organizacional, que categoriza os cartazes pelas Escolas Alemã, Italiana e Francesa, além das Óperas Brasileiras. A mostra presencial também contará, além dos cartazes, com a exibição de um figurino da ópera La Traviata, de Guiseppe Verdi, obra mais apresentada pela Fundação Clóvis Salgado desde a inauguração do Palácio das Artes, em 1971. Na versão digital da mostra, os visitantes poderão conferir um vídeo da canção Libiamo!, gravado durante a apresentação de La Traviata em 2018, no Palácio das Artes, assim como uma playlist especial com as principais árias de óperas como Carmen, Romeu e Julieta, La Bohéme, entre outras. Da galeria, o visitante poderá acessar a playlist por meio de um QR Code.

Novembre Numérique

O festival internacional de culturas digitais NOVEMBRE NUMÉRIQUE (NOVEMBRO DIGITAL) é uma mostra gratuita que ocorre na fachada e no Café do Palácio das Artes. Organizado anualmente pela Institut Français, Embaixada da França e Rede de Alianças Francesas, o evento tem como intuito apresentar ao público o universo digital por meio de shows, performances, exposições, instalações, palestras e debates, fomentando o conhecimento e a troca das principais novidades tecnológicas francesas e brasileiras.

Visando aproximar a tecnologia das pessoas, um circuito em realidade digital irá conectar o Palácio das Artes com os equipamentos culturais integrantes do Circuito Liberdade, com o prédio da Aliança Francesa BH e com os equipamentos culturais da Universidade Federal de Minas Gerais, envolvendo os edifícios na animação URAMADO Ar.

A animação, criação da designer Julie Stephen Chheng a partir de inspiração no folclore japonês, retrata os Tanukis, espíritos da floresta que acordam em um centro urbano. Com a ajuda dos smartphones, através do aplicativo gratuito para Andorid e iOS URAMADO Ar, o público terá a oportunidade de imergir na narrativa por meio de um jogo, semelhante a uma “caça ao tesouro”, na qual os 24 espíritos estarão espalhados e ocultos nas fachadas dos prédios que fazem parte do circuito. Ao encontrar as imagens, o espectador será abordado com questionamentos sobre nossas diferenças e nossa realidade de forma poética e lúdica.

Retratistas do Morro

A mostra, que possui curadoria do artista visual, pesquisador e empreendedor cultural Guilherme Cunha, reúne imagens pertencentes à história recente da fotografia brasileira produzidas pelos fotógrafos João Mendes e Afonso Pimenta, que trabalham, desde a década de 1970, registrando o cotidiano dos moradores da Comunidade do Aglomerado da Serra, segunda maior favela do país localizada em Belo Horizonte. A exposição também pode ser vista de forma remota, pelo site da Fundação Clóvis Salgado, desde setembro desse ano.

Segundo Guilherme Cunha, que realiza pesquisas em torno da história da fotografia e restauração de imagens, as fotos de João e Afonso nos revelam outras versões da história das metrópoles e das populações de favela no Brasil, contadas a partir das experiências e visões de mundo de seus próprios moradores. Em meio a gestos fotográficos que não implicam uma abordagem profissional, os fotógrafos captam diferentes realidades familiares e seus movimentos cotidianos: casamentos, nascimentos, batizados, jogos de futebol, velórios, formaturas e bailes.

A convivência e pesquisa que deu origem ao projeto Retratistas do Morro é realizada desde 2010, com levantamento dos fotógrafos tradicionais, mapeamento e estudo de seus acervos, restauração, digitalização e preservação do material fotográfico. O projeto recebeu o prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade em outubro de 2017, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo reconhecimento da importância simbólica do trabalho para o patrimônio cultural brasileiro. O projeto também foi selecionado para o programa Rumos Itaú Cutural 2017-18; pelo Espaço Cultural Marcantônio Vilaça (2018); e publicado como editorial e capa da revista ZUM do Instituto Moreira Sales (2018).

Protocolos de segurança

Seguindo as orientações do programa Minas Consciente, protocolo para a retomada econômica de Minas Gerais, a Fundação Clóvis Salgado estabeleceu uma série de normas para a volta das atividades de suas galerias de forma segura. Para evitar aglomerações, a galeria contará com sinalização nas áreas externas e internas para garantir distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas durante a visitação. O uso de máscaras – tanto para visitantes quanto funcionários – será obrigatório.

Todos os ambientes do Palácio das Artes serão higienizados diariamente antes da abertura ao público e serão disponibilizados tapetes para a limpeza de calçados, assim como álcool em gel 70% para desinfecção das mãos. Para garantir maior segurança dos visitantes, a entrada de sacolas, mochilas e afins não será permitida, para diminuir a contaminação dos espaços.

O número de visitantes por vez nas galerias será restrito, que deverão seguir recomendações como evitar conversar, manusear telefone celular, ou tocar no rosto durante a permanência no interior do centro cultural; cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar; realizar a higienização das mãos ao entrar e sair do espaço; seguir sempre as instruções dos funcionários e não frequentar a galeria caso apresente qualquer sintoma de resfriado ou gripe.

Durante a primeira fase de retomada, a visitação de escolas e atividades educativas estão suspensas e só retornarão quando houver sinalização de estabilização da pandemia pelo Estado de Minas Gerais.

Imagens: Paulo Lacerda

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