Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beja, nasceu em em Formiga no dia 02 de janeiro de 1800 e faleceu em Bagagem no dia 20 de dezembro de 1873.
Como seu pai nunca foi conhecido, ela chegou com sua mãe e avó em Araxá no ano de 1805. Na sua mocidade, cada vez mais bonita, irritava as mulheres e encantava os homens.
Manoel Fernando Sampaio (ou seria Antônio?), era seu amigo de catecismo e acabaram tendo um relacionamento anos depois.
O apelido Beja foi dado por seu avô, onde ele a comparava com a Flor Beijo, que para ele, era doce e bela.
Em 1815, a bela jovem é raptada pelo ouvidor do Rei, Joaquim Inácio Silveira da Motta, que fica fascinado por sua beleza. Seu avô acabou morto pelos dragões do ouvidor ao tentar evitar o rapto da neta. Por dois anos, Beja viveu como amante do ouvidor na Vila do Paracatu do Príncipe. Depois disso, ele retorna para o Rio de Janeiro a pedido de Dom João VI e Ana Jacinta decide retornar a Araxá.
Como fato curioso, quando dormia com os homens que selecionava na chácara do jatobá, Beja, juntamente de seu fiel amigo Fortunato, boticário da época, criava certas poções, conhecidas como o “remédio do sim ou não”. Quando Beja não queria dormir com certo homem e a riqueza do mesmo, por outro lado, a encantava, colocava em sua bebida a poção do “não”. Isso fazia com que o homem não conseguisse manter relações com Beja, assunto que não saía do quarto, uma vez que os homens teriam vergonha de confessar o fato. Assim, Beja recebia pela noite como se tudo tivesse se consumado. A poção do “sim”, por sua vez, era justamente o contrário.
Uma noite, movido pela embriaguez, Antônio (sua verdadeira paixão), invadiu a “Chácara do Jatobá” e D. Beja terminou por escolhê-lo, dormiu com ele, engravidou e deu à luz uma menina.
Em Araxá encontrou um ambiente hostil. A sociedade não a via como vítima, mas como uma mulher sedutora e de comportamento duvidoso. Com sua fortuna acumulada em Paracatu, construiu uma casa de campo para lí fixar seu bordel que era conhecido como Cháraca do Jatobá. Ela se deitava a cada noite com um homem diferente, se esse lhe pagasse muito bem, mas podia escolher com quem se deitar.
Em meados de 1853, ela partiu de Araxá com sua filha e foram morar em Bagagem, hoje Estrela do Sul.
Ela passou a morar numa casa grande com uma senzala nos fundos onde ficavam os escravos. Dona Beja também chegou a tocar garimpo e ganhou muito dinheiro com os diamantes que encontrou.
Pouco antes de morrer deixou ser fotografada. Apoiada numa cadeira, doente, se pôs de pé.
Em 20 de dezembro de 1873, Dona Beja faleceu.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre
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